Figura 1 - Usos e aplicações das Terras-raras (Silva, 2018)
Resumo
Tendo em vista que a China domina o mercado das terras-raras e impõe restrições na produção e exportação sempre que surge a oportunidade, torna-se cada vez mais desafiador o desenvolvimento de empreendimentos nesse setor. No entanto, várias iniciativas foram tomadas nos últimos cinco anos no sentido de prospectar novos recursos e desenvolver a cadeia produtiva, inclusive a mineração, desses bens minerais ao redor do mundo. Porém, alguns fatores de incerteza já influenciaram ou vêm influenciando o futuro de alguns projetos em desenvolvimento, tais como o potencial de remuneração do depósito, a infraestrutura local existente, as expectativas de margens operacionais do empreendimento, as implicações dos elementos radioativos presentes nos depósitos, as expectativas potenciais de mercado com os elementos de terras-raras (ETR) produzidos e os fatores políticoeconômicos, conjunturais e de logística. Então, este trabalho introduz uma nova metodologia dinâmica de análise de competitividade (o modelo de competitividade e risco na mineração de terras-raras – MCRM-TR), na qual se consideram as variáveis/os fatores tidos como principais influências na performance de um empreendimento de mineração destinado ao aproveitamento dos ETR. Para o desenvolvimento do modelo, foram realizadas pesquisas nos âmbitos nacional e internacional, consultando empresas e instituições de pesquisa relacionadas com o setor de terras-raras. Por fim, com os dados obtidos nas pesquisas para cada fator dos respectivos depósitos, foram realizadas simulações por meio da geração de números aleatórios, utilizando-se para isso o método de Monte Carlo. A combinação dos principais resultados gerados produziu um índice de competitividade e risco na mineração de terras-raras (ICRM-TR). Com a aplicação dessa nova metodologia, foi possível constatar algumas realidades, como por exemplo o fato de o Projeto Mount Weld CLD – (AUS) da Lynas ter apresentado bons resultados no modelo e, no mundo real, ainda se manter resiliente diante das incertezas do setor de terras-raras, ao mesmo tempo em que o projeto da Molycorp apresentou resultados não tão satisfatórios e, no mundo real, passa por grandes dificuldades financeiras (em recuperação judicial). Também foi possível constatar que o Projeto Araxá da CBMM no Brasil está entre os mais competitivos do país.
Objetivos específico do trabalho foi de construir um modelo probabilístico de análise da competitividade e do risco (modelo dinâmico) de investimento envolvido no desenvolvimento de um depósito mineral. Foram analisados projetos/depósitos considerados potenciais para a mineração de terras-raras, em fase preliminar ou avançada de desenvolvimento. Por fim foi criado um índice de competitividade e risco para mineração.
Vale destacar que no caso da tese, foi criado um índice de competitividade e risco na mineração de terras-raras (MCRM-TR), mas o modelo de análise de competitividade e risco pode ser adaptado para outros tipos de depósitos ou substâncias (Níquel, cobre, etc.), e até outros setores como de energia por exemplo.
Como o modelo é dinâmico, seus resultados variam no tempo com os fatores considerados no modelo.
Figura 2 - Esquema do MCRM-TR (Silva, 2018)
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Fontes/créditos:
Gustavo Alexandre gustavo.alexandre@cprm.gov.br
Por Clube da Mineração