"Para recuperar a posição de maior produtora de lítio do mundo, é preciso quebrar o tabu construído há anos em torno da parceria público-privada".
Um trabalhador verifica sacos contendo pó de carbonato de lítio, em Antofagasta, Chile, em 25 de outubro de 2022.AGÊNCIA ANADOLU (VIA GETTY IMAGES).
Superadas as caricaturas existentes na discussão em torno da Estratégia Nacional do Lítio do governo chileno, começam a se evidenciar os potenciais benefícios de dar lugar a uma nova política de desenvolvimento para nosso país. Uma que hoje busca dar um salto para a diversificação da economia chilena e, ao mesmo tempo, dar respostas à crise climática que enfrentamos, de mãos dadas com uma oportunidade histórica.
É preciso lembrar que falar de lítio não é só falar de futuro. A atualidade do metal, que só em 2022 conseguiu aumentar mais de quatro vezes seu preço e se posiciona como um recurso chave na geração de baterias de alta eficiência, nos desafia como país a assumir um atraso histórico: o Chile é dono 36% das reservas minerais mundiais e no ano passado -segundo dados do Conselho Fiscal Autônomo (CFA)- o Estado recebeu mais de cinco bilhões de dólares pela exploração mineral, o equivalente a 1,6% do Produto Interno Bruto (PIB).
O negócio é rentável, ninguém o pode negar nesta altura, mas chama-nos a agir com sentido de urgência, porque o boom do lítio já começou e não será para sempre. Temos que evitar repetir os erros do nitrato e considerar que, embora esse cenário tenha sido previsto há muitos anos, nenhum outro Chefe de Estado havia proposto anteriormente uma política de desenvolvimento para fortalecer a indústria e oferecer alternativas para uma extração que beneficie a todos e que seja será, indiscutivelmente neste caso, no quadro de uma colaboração harmoniosa entre os setores público e privado.
Para recuperar a posição de maior produtor de lítio do mundo, é preciso quebrar o tabu construído há anos em torno da parceria público-privada. A condução deste grande desafio coloca a necessidade de conjugar uma participação activa do Estado que proteja o interesse público e a experiência técnica do sector privado, que nos permita rentabilizar a curto prazo e projectar, ao mesmo tempo tempo, desenvolvimento e tecnologia para o futuro. Soma-se às boas previsões econômicas o sólido histórico de nosso país como receptor de investimentos estrangeiros, impulsionado por mais de 30 acordos comerciais até o momento.
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Fontes/Créditos:
Escrita por CATALINA PÉREZ SALINAS
Catalina Pérez Salinas es vicepresidenta de la Cámara de Diputados y Diputadas y parlamentaria del Frente Amplio por la región de Antofagasta
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